22 nov Você tem medo de enfrentar sua sombra?
“Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas.” Jesus, Mat 6; 23
Muitos podem dizer: “minha sombra? Mas, eu não tenho sombra.” Lamento dizer, mas todos nós temos sombra. A sombra na Psicologia Junguiana é um aspecto fundamental do ego humano para conquistar o aprimoramento da personalidade integral do Homem. Costumamos ocultar nas profundezas de nosso inconsciente tudo que não é aceito pelos padrões sociais e por nós mesmos, o que julgamos contrário à moral. O inconsciente possui criações mentais reprimidas e sem a limpeza constante desse conteúdo mental, é impossível ser livre.
Acessamos nossa sombra, ou natureza sombria, quando nos munimos de coragem suficiente para mergulhar em nós mesmos e iniciamos a jornada do autoconhecimento. Esse processo é facilitado pela terapia, mas cabe a cada um se motivar e realizar o seu próprio crescimento. Geralmente, há o medo de descobrir quem realmente somos e assim, costumamos projetar nossos conteúdos sombrios, rejeitados por nós, em outras pessoas.
Com o processo de rejeição de nosso lado sombrio, criamos máscaras e as utilizamos em nosso dia a dia, para manipular pessoas. Seguem algumas delas:
Políticos/bonzinhos: pessoas que concordam com tudo; estão sempre em cima do muro. Não se definem porque querem agradar e ficar bem com todos.
Controladores: pessoas que querem dominar a mente, a consciência dos outros, com proibições diversas. Proíbem leituras e comportamentos; impõem regras rígidas de conduta.
Vampiros: se disfarçam de bonzinhos e coitados, mas espalham veneno e complicações.
Pessoas que sugam energia vital de amigos, colegas e familiares; e nós mesmos fazemos isso.
Queixoso: utiliza-se do lado emocional e afetivo. Vive despertando comiseração, gemidos e prantos e é cheio de mágoas.
Perfeccionistas: tudo tem de ser perfeito. Gasta muita energia e tempo por um padrão disfuncional de perfeição.
Quando assumimos nosso lado sombra, podemos ser nós mesmos e não corremos o risco em ser desmascarados. Vivemos em paz conosco e com a vida. Assim, podemos dispensar o uso de máscaras de bonzinhos, de santinhos, ou de qualquer outro tipo. O lado sombra não significa maldade, não é o mal. Ele é somente o contrário da luz, que se manifesta como mal. Cabe a cada um de nós revelar nossa luz transmutando nosso lado sombrio.
Se utilizarmos a inteligência, o lado sombra pode se tornar uma grande ferramenta para deter o mal, para impedir o mal. No entanto, não podemos usar esse recurso se temos medo de conhecer nossa sombra, se temos medo de admitir que somos luz e sombra. Se temos medo de admitir que erramos também; não somos perfeitos. Quantas vezes, podemos estar sugando a energia do filho, do marido, da esposa, da mãe? Quantas vezes, podemos estar atrapalhando a vida de nossa família, a vida das pessoas no trabalho, no local que frequentamos? Quando admitimos que temos, também, o lado escuro de nossa personalidade, podemos utilizar todo poder de manipulação, de energias utilizadas para o controle de pessoas, para conduzi-las ao bem e não para que elas façam o que achamos que é o bem.
Fica para nossa reflexão a seguinte pergunta: “quais as máscaras que utilizamos no dia a dia?”
Muita paz, luz e amor
Anete L. Blefari
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