11 abr Relacionamentos afetivos repetitivos
É óbvio que todos querem conviver com uma boa companhia e, principalmente, com as qualidades idealizadas. Costumo perguntar: “que tipo de companheiro você quer?” A resposta é uma avalanche de virtudes: trabalhador, íntegro, bonito, honesto, confiável, leal, fiel, amigo, e por aí vai. Na sequência, uma pergunta fatal: “mas, você é tudo isto?” Após uma breve reflexão, com minhas perguntas, geralmente, a resposta é não. Então, replico: “como é que você quer encontrar alguém com qualidades que você ainda não conquistou?” Faz sentido? É claro que não!
A força da atração age por similitude, ou seja, vamos atrair semelhantes. Uma energia vibrando em um nível de carência vai atrair outra energia no mesmo nível carente. É dessa forma que funciona: “semelhante atrai semelhante”. Se formos honestos, vamos atrair pessoas honestas. Se traímos a nós mesmos, temos a energia da traição, então, atrairemos pessoas que se traem e que podem nos trair de outras formas, também. Quando repetimos o mesmo padrão de experiências, embora com pessoas diferentes, estamos, na realidade, atraindo algum aspecto nosso, que, ainda, nos é desconhecido, está inconsciente.
As experiências se repetem para que possamos nos auto corrigir e evoluir. Há pessoas muito carentes, que tiveram uma infância com pai ausente, dependente alcoólico ou outras dependências e que, portanto, não conseguiram suprir suas necessidades de amor e afeto. Assim, essas pessoas, quando adultas, vibram na sintonia da carência, abandono e rejeição. Entendendo a lei de atração, essas pessoas vão atrair parceiros carentes, ausentes e que, fatalmente, vão lhes ativar os sentimentos internos de abandono e rejeição. Assim, o sofrimento se repete e vai aumentando a intensidade.
Na primeira vez, a pessoa sofre e supera. Entra em outro relacionamento, com outra pessoa, mas o mesmo padrão se repete. E, assim, vai repetindo o mesmo tipo de experiência, com pessoas diferentes, criando um ciclo vicioso. É o carente que encontra outro carente, com indisponibilidade para amar e se comprometer de forma autêntica, pois não recebeu o padrão do amor e carinho que necessitava, quando criança. O sofrimento gera mais carência e frustrações trazendo sintomas de ansiedade, raiva, culpa, angústia e revolta. Chega um momento em que a pessoa começa a perceber que há alguma coisa errada com ela e, dessa forma, o processo de auto cura começa a ser ativado. Uma boa estratégia é a pessoa se auto perceber, através do “conhece-te a ti mesmo”, para poder se libertar desse ciclo vicioso. Com a auto percepção, ela terá condições de se auto perdoar e se transformar.
A tarefa de auto transformação é um processo complexo, mas é perfeitamente viável, desde que a pessoa esteja disposta a sair do vitimismo e assumir o comando de sua vida. Não existem vítimas, mas interações em níveis energéticos semelhantes. A partir dessa compreensão, a pessoa começa a tomar consciência de seus comportamentos e possibilita, assim, a auto correção e, consequentemente, a mudança de padrão. Ocorrendo a mudança de padrão energético, a pessoa terá a possibilidade de atrair alguém semelhante ao novo nível adquirido. O processo envolve desprogramar padrões repetitivos, crenças, sintomas e a aquisição de estratégias, habilidades e novos recursos internos. Com isso, ganha-se qualidade de vida, autoconhecimento e uma nova motivação para alcançar o que se deseja.
Anete L. Blefari
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