20 fev Medo – um gigante com várias facetas
Consta em textos religiosos que Deus gerou nos homens o temor (“Terás temor de Jeová, teu Deus”… Deu 10:20) e estendeu o seu medo e o seu pavor sobre tudo quanto se movimenta na terra, no céu e no mar (Gên 9:2).
No livro “Quatro Gigantes da Alma – O MEDO – A IRA – O AMOR – O DEVER”, vol. 4, 12ª. edição, página 11, Mira Y López assinala que o organismo humano, a partir de um feto de três meses, já dá sinais que correspondem ao aspecto medroso. De acordo com o mesmo autor, a partir do segundo ano de vida, a criança começa a sofrer os efeitos sinistros deste gigante: “Medo-imaginário”.
Os motivos do medo
Por carência – quando o Ser busca algo que necessita e não o encontra, o que lhe gera frustração de seus esforços e esgota energia. A partir daí, surge a crença antecipadora do fracasso ou renúncia na continuidade daquilo que se deseja. Exemplos: medo de morrer de fome, de sede; da perda do emprego, medo de não sustentar a família; medo do escuro, da solidão, falta de dinheiro, carinho, saúde, etc…
Por insuficiência – milhares de pessoas desenvolvem um sofrimento exagerado por se considerarem inferiores e deficientes ao se compararem com os outros. Adquirem atitudes retraída e tímida, através do complexo de inferioridade.
Por conflitos – quando surge na área pessoal uma situação de conflito determinada por uma carga excessiva de reações associadas aos estímulos. A consciência pessoal tem diversos propósitos para solucionar a situação, mas surge a dúvida, que desorganiza e desintegra o “Eu”, perdendo, assim, a segurança e a serenidade e, gradativamente, cai no Medo.
Teoricamente, o Medo exerce seu domínio sobre todo o conteúdo psicoindividual (imagem, pensamento, ideia, impressão vivencial). Há uma variedade enorme de medos: o medo da dor, do sofrimento moral; da morte; de enfermidades; da solidão; da vida; dos instintos; da guerra; da revolução; dos cataclismos naturais.
O Medo se apresenta sob diversos disfarces: a timidez, a escrupulosidade; o pessimismo; o ceticismo; o tédio; a vaidade; a hipocrisia; a mentira. A fobia é Medo patológico – um medo irracional sob o qual a pessoa se sente impotente para reagir.
Como pudemos ver, o medo faz parte de nossa vida desde a vida intrauterina e fomos condicionados, pelo Medo, através das religiões e da educação, ao longo dos séculos. Dessa forma, criamos crenças limitantes que atuam como verdadeiros obstáculos às nossas realizações. O antídoto é se conscientizar dos medos, adquirir autoconhecimento e trabalhar para se libertar deles.
Técnica para se libertar do medo
Sempre que começar a se sentir ansioso ou angustiado, respire profundamente pelo nariz e solte o ar pela boca o mais vagarosamente possível. Depois, converse com você dizendo em tom de voz calmo e tranquilo: “Estou me sentindo calmo”, em vez de “quero ficar calmo”. Repita até se acalmar totalmente.
O Medo só tem poder se você se identificar com ele. Aja em seu favor, liberte-se dos medos para uma vida mais plena e feliz.
Bibliografia:
Mira Y López, Emilio – Quatro Gigantes da Alma – 12ª. ed. – RJ – J. Olympio, 1982
O’Connor, Joseph – Liberte-se dos medos: superando a ansiedade e vivendo sem preocupações – RJ – Qualimark, 2007
Anete L. Blefari
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