16 jul Faça as pazes com o passado
“Querer afastar o passado é querer afastar a nós mesmos da vida.” Nietzche
Quando estamos aprisionados no passado, nossa vida fica estagnada. Ações, criatividade e talentos ficam paralisados. Quando não recuperamos essas identidades criadas, acreditamos que o mundo deveria ser diferente. Na verdade, somos nós que temos de mudar. Temos, por nós mesmos, uma raiva inconsciente pelo fato de não estarmos utilizando nossas forças internas e expressando o que somos no mundo.
Costumamos culpar nossos pais e julgá-los. Sentimos muita raiva de tudo que nos afetou e é aí que nos aprisionamos. Ficamos nutrindo energias tóxicas e nos desconectamos dos pais como seres humanos, que nos deram a vida e nos criaram. Tudo isso impregna nosso ambiente com energias negativas. Elas se expressam, em nosso corpo, em forma de doenças. Se não fizermos as pazes com nosso passado, projetaremos todo desespero e ódio para o futuro.
Olhar para o passado e recuperar esses aspectos rejeitados depende só de você. Você acessa sua força interna, para mudar sua vida, quando não suporta mais repetir a mesma dinâmica. Para modificar o presente, é necessário curar e integrar o seu passado. Para manifestar seus sonhos, sua expressão no mundo, você tem de olhar para o seu mundo interno. O mundo do Eu compreende a vida pessoal, saúde, doenças e sintomas. Em que mundo você tem problemas, bloqueios? No mundo do EU, das relações ou do trabalho? Seja em que mundo for, no qual esteja experimentando escassez, tudo começa em você. O trabalho interno começa no mundo do Eu, em sua vida pessoal, portanto, com seu passado.
Se não ressignificar seu passado, com suas crenças limitantes, valores distorcidos, generalizações, omissões e distorções, a dor será passada de geração a geração. A dor estará sempre presente, gerando disfunções e conflitos. As crenças profundas, geralmente, vêm de seu passado, e elas dirigem sua vida. Quando você acredita que não é bom o suficiente, que não merece ser amado, ou não consegue fazer algo, dentre muitas outras crenças, na verdade trata-se de programações negativas assimiladas, no passado, com pessoas significativas. A partir disso, a mente fica cheia de imagens e ao invés de se relacionar com as pessoas, de forma saudável, você se relaciona com as imagens criadas, repetindo e recriando a mesma história negativa.
Você costuma questionar ou desafiar suas convicções? Se não as questiona, você é guiado por elas, de forma inconsciente. Na realidade, estamos repetindo padrões familiares, sem qualquer questionamento. No decorrer de nossa vida, assimilamos, por anos, as qualidades negativas e positivas de nossos pais. Tudo que nos acontece é para nosso crescimento; são bênçãos e não problemas. Qual a função da dor? Nos ensinar e nos levar a um nível mais alto de consciência.
Como fazer as pazes com o passado?
– Pergunte-se: “qual o benefício que esta experiência me trouxe? Que aspecto da minha vida ela modificou?”
– Mude sua perspectiva em classificar um acontecimento. Tudo que acontece é o que é; é exatamente como deveria ser. Não há erros, nem acidentes, só aprendizados. Que capacidade você desenvolveu?
– Assuma a responsabilidade com relação aos acontecimentos do passado. Seja capaz de dizer: “eu criei isso”, portanto, “eu posso modificá-lo”. Coloque sua atenção em modificar o seu passado, deixe emergir uma nova realidade. Dessa forma, você deixa a criança e assume o adulto em você.
– Modifique sua percepção em cada experiência do passado até encontrar uma interpretação valiosa, que permita assumir responsabilidades.
– Faça um diário, medite e faça um trabalho de liberação da raiva durante 30 dias. Libere emoções reprimidas e acumuladas usando um bastão contra almofadas.
– Aprenda a se amar e se perdoe por completo. Ao transformar seu interior, você muda sua vida e o que manifesta no mundo externo. Abençoe seu passado e sua dor.
– Faça uma lista de coisas positivas e negativas da pessoa que o incomoda. Perceba que as qualidades positivas são as que você ama em si mesmo. As qualidades negativas são as que você não gosta em si mesmo. Perceba que aquilo que você não vê em si mesmo, projeta no outro.
As pessoas que surgem em nossa vida são nossos espelhos. Preste atenção na próxima vez em que se incomodar com algo em outra pessoa e o identifique em si mesmo. Necessitamos integralizar em nós tudo que rejeitamos, julgamos e criticamos, para nos realizar e alcançar nossos sonhos.
Anete L. Blefari
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