Papéis invertidos = conflitos

Em um sistema familiar tradicional, existem os papéis de pai, mãe e filhos. O sistema atua, inconscientemente, no mental e emocional de seus membros. Quando um membro adoece ou morre, o próprio sistema vai se reorganizar para gerar equilíbrio.

Se tomarmos, por exemplo, o caso de um pai dependente químico, que deixa de, efetivamente, atuar em seu papel, um outro membro do sistema vai assumir aquele papel que ficou vago. No caso de um pai que faz uso de álcool, ele deixa a desejar na sua atuação como pai e, ainda, influencia drasticamente os outros membros com a raiva, o medo, a insegurança, angústia, ansiedade, etc. Muitas coisas são evitadas, perdidas ou dissolvidas. É um pai ausente em muitas questões: afetivas, não comparecimento a reuniões escolares ou familiares, falta de orientação e atenção aos filhos, etc. Fica uma lacuna e o sistema familiar vai se reorganizar para suprir as necessidades não preenchidas, da melhor forma. Um filho pode assumir a responsabilidade que o pai deixa de assumir.

Em outras situações, mesmo que não exista o uso de drogas (álcool ou outras substâncias psicoativas), pode ocorrer que o papel de pai ou mãe fica a desejar. Pode ser em caso de doença grave de algum familiar, de ausências prolongadas, por viagens e reuniões de trabalho; por individualidade excessiva, depressão ou outros transtornos mentais, emocionais ou psiquiátricos. Assim, alguém, no sistema, vai assumir as responsabilidades no lugar do outro.

Na abordagem sistêmica, vemos o grupo familiar como um sistema que funciona dentro de um campo energético, que atua com uma dinâmica própria.

Quando olhamos o sistema, por inteiro, vendo o pai, a mãe e os filhos, o próprio sistema pode mostrar qual é a dinâmica atuante ali. O que está acontecendo na atuação dos papéis de cada um. Frequentemente, a criança, representa algo maior, não visto, que atua no sistema. Ela reage sempre por amor aos pais.

Vamos colocar, como um outro exemplo, o conflito com um filho. Os pais se voltam totalmente ao problema e não conseguem enxergar o todo, o que está acontecendo no sistema familiar; na sua própria atuação. E se perdem emocionalmente, ficam fracos e indecisos no papel de pais.

Para encontrar a solução, é fundamental estar disposto a olhar para algo que está evitando olhar, para entender o significado do conflito. Qual é a dinâmica que está atuando no sistema? As reações do filho aos pais são de agressividade e de uma representação disfuncional em seu papel. O filho tornou-se maior que os pais e os pais enfraquecidos em seus papéis de genitores não conseguem chegar à resolução do conflito. Os papéis invertidos geram conflitos. Quando não queremos olhar para algo, esse algo se perpetua.

Se realmente queremos enxergar a dinâmica disfuncional de um problema, devemos nos dispor a ver o sistema, sem intenção, sem medo, sem dó e com amor. O conflito com o filho, muitas vezes, pode ser algo que o pai ou a mãe, ou ambos, não quiseram encarar e não estão dispostos a assumir a responsabilidade para sua transformação. Podemos ir mais adiante, os pais podem ter esse conflito não olhado, vindo de seus próprios pais e assim por diante, vem se perpetuando na linha de seus antepassados.  A própria dinâmica disfuncional pode mostrar que o problema advém da ausência dos pais, ou de um deles, sem presença integral no sistema, na atuação de seu papel.

E qual a solução?

Responsabilize-se integralmente por sua parte no sistema. Sem medo; com coragem, com amor, para poder ver o que está em nível oculto.

Assuma seu erro e procure corrigi-lo.

Deixe a parte do outro, com o outro. Não se sobrecarregue. Você é responsável apenas pela sua parte.

Não se culpe. De nada valerá se sentir culpado e continuar anestesiando sua dor. A culpa não leva à solução, apenas atrapalha e o deixa inerte para as ações necessárias.

Perdoe e se perdoe. O perdão é libertador. Não significa que você vai ser conivente com o erro, mas vai manifestar a energia do amor, através do perdão a si mesmo e aos outros.

Esteja disposto a mudar. Quanto mais protelamos, mais sofremos. Não adie sua alegria e sua paz. Coloque o foco na solução e não no problema.

Se sentir necessidade de ajuda, busque ajuda profissional.

Estamos aqui para viver experiências e aprender, através delas. Aproveite para despertar  para o saudável, para o amor, a luz e a paz. Seja feliz!

Anete L. Blefari
anete@sermelhorepleno.com.br
www.sermelhorepleno.com.br



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