Desapegue-se dos papéis

Quantos papéis temos na vida? Muitos papéis! Quando nascemos, já temos o papel de filho, sobrinho, neto, afilhado, etc. Quando crescemos, os papéis se multiplicam: aluno, estudante, universitário, estagiário, professor, advogado, psicólogo, terapeuta, dentista, costureiro, padeiro, mecânico, marido, mulher, mãe, pai, avó, voluntário, policial, e por aí vai.

Em muitos momentos de nossa vida, vivemos vários papéis simultaneamente; as exigências vão crescendo, mas as possibilidades de aprendizados se multiplicam. Quando alguém nos pergunta quem somos, costumamos responder de acordo com os papéis que temos. Sou a mãe de, o advogado de, o filho de, o dr. tal, o diretor, o presidente de tal companhia, e assim por diante.

O que acontece, com muitos de nós, é que deixamos de nos perceber fora dos papéis e ficamos identificados com eles. Muitas vezes, estamos tão identificados que temos medo de perdê-los e de não saber viver sem aquele determinado papel. O papel de pai e mãe, nem se fala, se exerce livremente por toda a vida, acreditando que se tem todo o direito de continuar direcionando, orientando e atuando sobre a vida de filhos adultos. E, assim, deixamos de viver a própria vida, com mais leveza, por já ter cumprido aquele papel.

Quantas pessoas trabalham a vida inteira em uma empresa, ou repartição pública, e tem medo de se desligar do trabalho porque o papel exercido faz parte de sua identidade. A pessoa tem medo de se aposentar e não saber o que fazer da própria vida sem aquele papel, aquelas funções. Quantas mães/pais ficam depressivos quando os filhos se casam, ou saem de casa para cuidar de suas vidas por conta própria. E assim, deixam de se colocar abertos e disponíveis para um novo tipo de aprendizado e crescimento, que a vida poderia lhes trazer.

Refletindo em um nível mais profundo, não somos nossos papéis. Estamos apenas exercendo os papéis que a vida nos deu, mas não somos eles. Então, quem somos? Primeiro, somos seres espirituais vivenciando experiências na matéria, com prazo de validade, para obter aprendizados e as curas necessárias ao nosso processo evolutivo.

Os papéis devem ser exercidos com inteligência, integridade, honestidade, mas não devem ser confundidos com nossa essência. Estamos e não somos os papéis. É como os atores e atrizes que exercem seus papéis em filmes, peças e novelas. Eles vão interpretar da melhor forma que podem, dando o melhor de si, mas quando o filme, a peça ou novela acabar, voltarão a ser eles mesmos e se colocarão disponíveis para interpretar novos papéis.

Assim, devemos proceder, viver da melhor forma possível os papéis que a vida nos deu. Interpretar com primor cada papel, mas não ser o papel. Saber sempre diferenciar o Eu essência do papel exercido.

Quando encerrar o ciclo daquele papel, devemos saber renunciar a ele, para ficar disponíveis a novos papéis que a vida pode nos presentear.

Se praticarmos o desapego aos papéis, estaremos livres do sofrimento desnecessário, que muitas vezes criamos por apego. Portanto, deixemos ir cada papel no seu tempo certo, no ciclo de vida dele. Isso é estar consciente de quem realmente somos. Somos uma alma experimentando papéis na matéria, para nossa evolução espiritual. Somos a pessoa mais importante em nossa vida que coopera com o bem-estar de outros, através dos papéis assumidos, mas não somos os papéis.

Anete L. Blefari
anete@sermelhorepleno.com.br
www.sermelhorepleno.com.br



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